Esse foi um tema sugerido nas redes sociais para que explicasse um pouquinho dessa relação. Vamos lá!
Os artigos e pesquisas apontam algumas hipóteses que falam de um risco aumentado de alcoolismo após a cirurgia bariátrica. Em números, fala-se que o abuso de álcool passa de 7% para 16% em longo prazo, até 7 ou 8 anos após a cirurgia. Mas por que isso acontece?
Uma das hipóteses é de que pode haver uma troca de compulsão. Como a cirurgia limita o consumo excessivo de alimentos, a pessoa aumentaria o consumo de álcool para obter aquela sensação de recompensa.
O que isso quer dizer?
Que nessa hora o nosso sistema psicobiológico é quem está atuando: para alcançar a sensação de prazer e bem estar que vinha com o excesso de alimentos e como a pessoa terá dificuldade para esse excesso alimentar após a cirurgia, passa-se, então, a canalizar para a bebida alcoólica para ter a mesma sensação de prazer. Então, o responsável seria esse sistema de recompensa atuando para dar prazer e bem estar para a pessoa que antes era com o alimento e depois passa a ser com o álcool. Essa hipótese levanta a possível existência de uma sensibilidade cerebral e psicobiológica. É muito frequente na obesidade um consumo elevado de alimentos palatáveis, saborosos, e eles são muito agradáveis para o cérebro. Isso provoca o desejo de se consumi-los mesmo quando não se está com fome. E o álcool é processado no cérebro de forma muito semelhante a esses alimentos muito palatáveis: através do sistema de recompensa. Sem contar que o alimento e o álcool estão presentes também para promover o convívio social sem constrangimentos. Ou a gente se reúne para comer ou para beber! Porém, algumas situações aumentam esse risco para o alcoolismo como a presença de psicopatologias anteriores à realização da cirurgia bariátrica dentre elas depressão, transtornos ansiosos, síndrome do comer noturno e/ou transtorno da compulsão alimentar periódica, histórico de alcoolismo na família e consumo abusivo regular e abusivo de álcool já anterior à cirurgia. Pra entender um pouquinho mais, a querida Carolina Machado nutricionista que também integra a equipe do Instituto da Obesidade do Dr. Marcos Fernandes vai explicar pra gente nesse vídeo.
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