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Foto do escritorPsicóloga Camila Nunes

Sobre o LUTO

Falar sobre o luto ainda é um tabu. Falar sobre a morte ainda é difícil. Aqueles assuntos que trazem desconforto, né?!


Luto é um conjunto de reações a uma perda significativa. Quanto maior o apego ao que foi perdido, maior o sofrimento do luto. Essa expressão do luto acontece de diferentes maneiras de acordo com a cultura.

Geralmente, nós associamos o luto à morte de alguém que se ama porque é o rompimento mais definitivo de um laço. Mas o luto também é vivido em outras ocasiões como o término de um relacionamento, a perda de um emprego, status social ou financeiro, de um animal de estimação...


Esse processo de luto acontece de forma desorganizada, ele não é linear. Os sentimentos se misturam trazendo instabilidade emocional, dos pensamentos e física também. Esse é o momento em que toda a energia está voltada para assimilar o que aconteceu. E aí, até coisas do cotidiano, como arrumar a casa se tornam difíceis.


Essa trajetória emocional complexa é uma experiência dolorosa, porém esse recolhimento emocional e a aceitação dessas emoções são necessárias para acomodar a perda dentro de si, se reorganizar e retornar o contato com o mundo exterior.


Frustração, arrependimento, culpa, tristeza, desesperança, desânimo, angústia, medo... olha quantos sentimentos, nem sempre racionais, estão nesse processo.

Existem algumas etapas mais frequentemente vivenciadas durante o luto. A negação, a raiva, a barganha, depressão, a aceitação. Lembrando que essas etapas não são lineares elas se entrelaçam em um vai e volta, numa montanha russa de emoções. É um dia de cada vez por quanto tempo for necessário.


O tempo não ameniza a dor. Mas é no decorrer do tempo, dos dias, das semanas, dos meses que a vida vai acontecendo. Então, o tempo é o que proporciona que o luto seja vivido passando por situações desafiadoras, memórias, lugares, datas especiais... o tempo e a vida que se passa com a sua passagem vai ajudando a compreender , acomodar os próprios sentimentos e se refazer. E isso não é esquecer o que aconteceu e quem partiu.


Se você está vivendo um processo de luto, tenha mais autoacolhimento, autocompaixão, menos autocobrança. A tão falada força para esses momentos vem em resposta ao processo de viver o luto, encarando e sobrevivendo.


Eu ouvi recentemente a homenagem que o marido do ator Paulo Gustavo fez para ele e teve uma frase muito marcante para mim:


“é lidar com uma ausência sem fim que se faz presente todos os dias”.

Se você sentiu que conversar com um Psicólogo pode te ajudar nesse processo, procure um profissional.


Bjs no coração.


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☑️Camila Nunes 🧠Psicóloga CRP 05/42813


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